Parte 4
Paciência é o que se tem que aprender a ter nesses dias que passam arrastados, como as águas.De tanta convivência, minha pomba virou mesmo minha. Já anda solta, escolhe a comida que quer: tem dia que prefere arroz; noutro, frutas e , em dias de fastio, só come alface. Aprendeu até a vigiar comigo. Pra mim, toda sombra que se move é o topo de uma árvore. Fico tão empolgado que penso em ir correndo avisaqr o vô que já tem terra à vista. Mas a pomba puxa a manga da minha camisa e me puxa de volta pro chão. Esse chão duro de madeira e betume. Ela sabe, engraçado. ela sabe onde a terra está. Que sabedoria é essa que Deus põe numa cabeça tão miúda e a minha, que é muito maior, não entende?
Não sei se foi o costume, seus arrulhos melosos de amor, o jeito dela olhar o horizonte com tanta responsabilidade, ou se foi junto tudo. O fato é que eu acabei me rendendo. Uma pomba conquistar um menino, quem diria!
E logo um menino tão esperto como eu! Quandoia almoçar, ela pousava no meu ombro e ia também. Isso um elefante não pode fazer, por exemplo. Nem uma girafa ou uma serpente. Muito menos um pônei! Às vezes, ela beliscava minha comida , mas preferia a sua própria, que era ao menos temperada. Meu avô ficaria feliz de ver nossa amizade e pi scava o olho. A pomba sempre piscava de volta, de modo que eu não decobria se era pra mim ou pra ela que ele piscava...
Não perca amanhã!!!!!!
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